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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Uma Nova Vida para a Escola Dominical


por Valmir Nascimento Milomem
Ao longo de toda sua história a Escola Dominical sempre enfrentou grandes desafios e críticas para se estabelecer e seguir adiante. O próprio Robert Raikes, que idealizou a primeira escola dominical com o objetivo de promover ensino para as crianças carentes da sua cidade, foi confrontado por religiosos da sua época que não acreditavam na importância e na necessidade de tal instituição de ensino.
Os desafios ainda permanecem. Entretanto, atualmente as maiores críticas não dizem respeito ao binômio importância/necessidade da Escola Dominical, mas sim em referência à sua eficácia. Há quem a rotule como algo arcaico e ultrapassado; uma verdadeira relíquia de tempos imemoriais que não consegue atingir seus objetivos dentro do mundo contemporâneo.
Em geral, tais afirmações são feitas levando-se em consideração as características predominantes apresentadas por boa parte das EBDs espalhadas pelo Brasil, onde é possível constatar baixa freqüência de alunos; inexistência de planejamento; ausência de ações inovadoras e, sobretudo, falta de investimento em estrutura física e qualificação do corpo docente. Por esses motivos alguns chegam ao limite de afirmar que estamos vivenciando a crise da escola oficial do cristão, que é a EBD.
Seriam essas assertivas verdadeiras? A Escola Dominical é uma instituição ultrapassada ou uma relíquia antiquada, ou estamos simplesmente presenciando a sua crise?
EBD: um dinossauro?
No livro Redescobrindo a alegria das manhãs de domingo, Ken Hemphil lembra que “a Escola Dominical não é um dinossauro”, o que existe é uma compreensão equivocada sobre a forma como ela deve ser mantida e gerenciada. Hemphil escreve que nossa intenção não deve ser preservá-la por simples nostalgia, antes “temos de descobrir ferramentas e organizações que nos capacitem a cumprir a Grande Comissão da maneira mais eficiente possível”. Isto é, a Escola Dominical deve ser salvaguardada não somente por se tratar de algo histórico e que vem sendo utilizado ao longo dos anos pela igreja cristã, mas sim em razão da enorme e crescente necessidade do genuíno e sadio alimento espiritual que só pode ser obtido pelo estudo claro, metódico, continuado e progressivo da Palavra de Deus.
Portanto, não se pode generalizar afirmando-se que a Escola Dominical, enquanto instituição, é ineficaz e que passa por um período de crise. Diferentemente, o que existe é um número significativo de igrejas que não conseguem dar às suas EBD´s o dinamismo necessário para que possam atrair alunos e prover ensino bíblico de qualidade. A crise, pode-se dizer, é localizada, presente em congregações incapazes de introduzir ações que possibilitem promover a contento o processo de ensino/aprendizagem das Sagradas Escrituras.
Nova Vida para a Escola Dominical
Revitalizar não é simplesmente adotar ferramentas pedagógicas modernas para a educação cristã, mais do que isso, como o próprio nome diz, é dar nova vida à EBD por meio de um conjunto de ações estratégicas aplicadas em parceria dentro da igreja, de modo contínuo e permanente.
De forma sucinta, listo abaixo algumas ações e fatores que podem auxiliar os líderes na revitalização da sua Escola Dominical:
Apoio da liderança
- O sucesso da EBD está intimamente ligado ao apoio que recebe da liderança. Assim, o líder deve acompanhar e apoiar incondicionalmente tanto o planejamento quanto as atividades da Escola Dominical, a fim de que sirva como exemplo para toda a igreja.
Investimento em estrutura e materiais didáticos
– Sob o ponto de vista organizacional a Escola Dominical deve ser encarada como uma escola normal que para se manter e atingir a eficiência necessita invariavelmente de estrutura física em condições capazes de recepcionar os alunos, bem ainda de recursos didáticos que possibilitem aos educadores a utilização de métodos diversificados de ensino.
Planejamento
– Antes do início da cada trimestre é indispensável a realização de uma ampla reunião com todos os envolvidos com o fim de traçar o planejamento estratégico da Escola Dominical. O planejamento estabelece antecipadamente qual o roteiro será percorrido, indicando “o quê”, “quando”, “por quem” e “como” será feito. Jesus falou sobre esse assunto em Lucas 14.28: “Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá”.
Reunião constante com os professores
Reuniões
– Pelo menos uma vez por mês é importante que a superintendência realize reuniões com os professores, a fim de, conjuntamente, refletirem sobre o andamento das atividades educacionais, propor mudanças e indicar melhorais que devam ser implementadas.
Campanhas de incentivo
- Realização de campanhasde premiação – Dentro das atividades da EBD, é interessante que se promova campanhas de incentivo aos alunos, premiações e brincadeiras diversas.
Realização de marketing
– Marketing não se confunde com simples propaganda. Como explica o Pr. César Moisés em seu livro Marketing para a Escola Dominical, o marketing para a Escola Dominical tem como propósitos: atrair, conquistar e manter alunos na instituição. Ainda, Esdras Costa Bentho escreve que: “se a Escola Dominical pretende atender os seus alunos com eficácia é necessário, primeiro, conhecê-lo, saber quem ele é, segundo, entendê-lo, isto é, identificar o que ele quer, para somente depois traçar uma estratégia ou plano de marketing a fim de atendê-lo em suas necessidades.”
Eventos de qualificação de professores
– De nada adiante levar os alunos para a igreja no domingo pela manhã se os professores não estiverem devidamente capacitados para o ensino das lições bíblicas. Por isso, outra ação fundamental para revitalizar e dinamizar a EBD é a realização periódica de palestras e/ou seminários de capacitação e qualificação do corpo docente. O aperfeiçoamento deve dizer respeito tanto ao conteúdo doutrinário quanto aos métodos de ensino.