por Valmir Nascimento Milomem
Ao longo de toda sua história a Escola Dominical sempre enfrentou grandes
desafios e críticas para se estabelecer e seguir adiante. O próprio Robert
Raikes, que idealizou a primeira escola dominical com o objetivo de promover
ensino para as crianças carentes da sua cidade, foi confrontado por religiosos
da sua época que não acreditavam na importância e na necessidade de tal
instituição de ensino.
Os desafios ainda permanecem. Entretanto, atualmente as maiores
críticas não dizem respeito ao binômio importância/necessidade da Escola Dominical, mas sim em referência
à sua eficácia. Há quem a rotule como algo arcaico e ultrapassado; uma
verdadeira relíquia de tempos imemoriais que não consegue atingir seus
objetivos dentro do mundo contemporâneo.
Em geral, tais afirmações são feitas levando-se em consideração
as características predominantes apresentadas por boa parte das EBDs espalhadas
pelo Brasil, onde é possível constatar baixa freqüência de
alunos; inexistência de planejamento; ausência de ações inovadoras
e, sobretudo, falta de investimento em estrutura física e qualificação do corpo
docente. Por esses motivos alguns chegam ao limite de afirmar que estamos
vivenciando a crise da escola oficial do cristão, que é a EBD.
Seriam essas assertivas verdadeiras? A Escola Dominical é uma
instituição ultrapassada ou uma relíquia antiquada, ou estamos simplesmente
presenciando a sua crise?
EBD: um dinossauro?
No livro Redescobrindo a alegria das manhãs de domingo, Ken
Hemphil lembra que “a Escola Dominical não é um dinossauro”, o que existe é uma
compreensão equivocada sobre a forma como ela deve ser mantida e gerenciada.
Hemphil escreve que nossa intenção não deve ser preservá-la por simples
nostalgia, antes “temos de descobrir ferramentas e organizações que nos
capacitem a cumprir a Grande Comissão da maneira mais eficiente possível”. Isto é, a Escola Dominical deve
ser salvaguardada não somente por se tratar de algo histórico e que vem sendo
utilizado ao longo dos anos pela igreja cristã, mas sim em razão da enorme e
crescente necessidade do genuíno e sadio alimento espiritual que só pode ser
obtido pelo estudo claro, metódico, continuado e progressivo da Palavra de Deus.
Portanto, não se pode generalizar afirmando-se que a Escola
Dominical, enquanto instituição, é ineficaz e que passa por um período de
crise. Diferentemente, o que existe é um número significativo de igrejas que
não conseguem dar às suas EBD´s o dinamismo necessário para que possam atrair
alunos e prover ensino bíblico de qualidade. A crise, pode-se dizer, é
localizada, presente em congregações incapazes de introduzir ações que
possibilitem promover a contento o processo de ensino/aprendizagem das Sagradas
Escrituras.
Nova Vida para a Escola Dominical
Revitalizar não é simplesmente adotar ferramentas pedagógicas
modernas para a educação cristã, mais do que isso, como o
próprio nome diz, é dar nova vida à EBD por meio de um conjunto de ações
estratégicas aplicadas em parceria dentro da igreja, de modo contínuo e
permanente.
De forma sucinta, listo abaixo algumas ações e fatores que podem
auxiliar os líderes na revitalização da sua Escola Dominical:
Apoio da liderança
- O sucesso da EBD está intimamente ligado ao apoio que recebe
da liderança. Assim, o líder deve acompanhar e apoiar incondicionalmente tanto
o planejamento quanto as atividades da Escola Dominical, a fim de que sirva
como exemplo para toda a igreja.
Investimento em estrutura e materiais didáticos
– Sob o ponto de vista organizacional a Escola Dominical deve
ser encarada como uma escola normal que para se manter e atingir a eficiência
necessita invariavelmente de estrutura física em condições capazes de
recepcionar os alunos, bem ainda de recursos didáticos que possibilitem aos
educadores a utilização de métodos diversificados de ensino.
Planejamento
– Antes do início da cada trimestre é indispensável a realização
de uma ampla reunião com todos os envolvidos com o fim de traçar o planejamento
estratégico da Escola Dominical. O planejamento estabelece antecipadamente qual
o roteiro será percorrido, indicando “o quê”, “quando”, “por quem” e “como”
será feito. Jesus falou sobre esse assunto em Lucas 14.28: “Se um de vocês quer
construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o
dinheiro dá”.
Reunião constante com os professores
Reunião constante com os professores
Reuniões
– Pelo menos uma vez por mês é importante que a superintendência
realize reuniões com os professores, a fim de, conjuntamente, refletirem sobre
o andamento das atividades educacionais, propor mudanças e indicar melhorais
que devam ser implementadas.
Campanhas de incentivo
- Realização de campanhasde premiação – Dentro das atividades da
EBD, é interessante que se promova campanhas de incentivo aos alunos,
premiações e brincadeiras diversas.
Realização de marketing
– Marketing não se confunde com simples propaganda. Como explica
o Pr. César Moisés em seu livro Marketing para a Escola Dominical,
o marketing para a Escola Dominical tem como propósitos: atrair, conquistar e
manter alunos na instituição. Ainda, Esdras Costa Bentho escreve que: “se a
Escola Dominical pretende atender os seus alunos com eficácia é necessário,
primeiro, conhecê-lo, saber quem ele é, segundo, entendê-lo, isto é, identificar
o que ele quer, para somente depois traçar uma estratégia ou plano de marketing
a fim de atendê-lo em suas necessidades.”
Eventos de qualificação de professores
– De nada adiante levar os alunos para a igreja no domingo pela
manhã se os professores não estiverem devidamente capacitados para o ensino das
lições bíblicas. Por isso, outra ação fundamental para revitalizar e dinamizar
a EBD é a realização periódica de palestras e/ou seminários de capacitação e
qualificação do corpo docente. O aperfeiçoamento deve dizer respeito tanto ao
conteúdo doutrinário quanto aos métodos de ensino.